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Os Efeitos da Umidade em Ensaios SPT e na ResistĂȘncia ao Cisalhamento do Solo: Um Estudo de Caso em Barreiras-BA

  • Diego Castro
  • 11 de set. de 2024
  • 4 min de leitura

Quando falamos em construção civil, a segurança e durabilidade das fundaçÔes sĂŁo prioridades mĂĄximas. O sucesso de qualquer projeto depende, em grande parte, do conhecimento detalhado das caracterĂ­sticas do solo, especialmente sua resistĂȘncia. Em regiĂ”es como Barreiras-BA, caracterizadas por solos arenosos e argilosos, um fator crĂ­tico que deve ser considerado Ă© a umidade, que pode alterar drasticamente a capacidade de suporte e estabilidade das fundaçÔes.

 

Entendendo a InfluĂȘncia da Umidade

A presença de ĂĄgua nos solos interfere diretamente nas interaçÔes entre as partĂ­culas, impactando sua resistĂȘncia. Solos Ășmidos tendem a apresentar menor coesĂŁo, o que significa que eles se deformam e rompem mais facilmente sob cargas, aumentando o risco de colapso em estruturas mal planejadas. Em ĂĄreas sujeitas a variaçÔes sazonais, como Barreiras, onde ocorrem perĂ­odos de seca prolongada e chuvas intensas, a compreensĂŁo do comportamento do solo diante da umidade Ă© vital para um planejamento geotĂ©cnico eficaz.

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Ensaio SPT e a Umidade: Uma Relação Crucial

O Standard Penetration Test (SPT), amplamente utilizado para determinar a resistĂȘncia do solo Ă  penetração, Ă© um dos ensaios mais comuns na geotĂ©cnica, devido Ă  sua simplicidade e custo-benefĂ­cio.

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No entanto, o ensaio é altamente sensível às variaçÔes de umidade. Em solos saturados, a ågua presente nos poros diminui o atrito entre as partículas do solo, resultando em menos golpes necessårios para a penetração do amostrador. Isso pode levar à superestimação da capacidade de suporte do solo se a umidade não for adequadamente considerada na interpretação dos resultados.

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Impacto na ResistĂȘncia ao Cisalhamento

A resistĂȘncia ao cisalhamento Ă© a capacidade do solo de resistir a deslizamentos e deformaçÔes sob tensĂ”es aplicadas. Em solos secos, o atrito entre as partĂ­culas Ă© maior, proporcionando maior resistĂȘncia ao cisalhamento. Entretanto, Ă  medida que o solo se satura, essa resistĂȘncia diminui consideravelmente devido Ă  redução da coesĂŁo entre as partĂ­culas. No estudo realizado em Barreiras-BA, as amostras de solo submetidas a ensaios de cisalhamento direto revelaram que a umidade reduz a coesĂŁo e o Ăąngulo de atrito, ambos fatores cruciais para a estabilidade das fundaçÔes.

 

A redução do ùngulo de atrito em solos saturados implica em uma diminuição direta da capacidade de o solo resistir a esforços cortantes, o que pode comprometer a segurança das estruturas acima. Em condiçÔes de umidade elevada, como a estação chuvosa em Barreiras, o comportamento do solo pode se modificar de forma significativa, exigindo uma anålise mais precisa para evitar deformaçÔes indesejadas ou até colapsos.

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Estudo de Caso em Barreiras-BA: Integração entre SPT e ResistĂȘncia ao Cisalhamento

O estudo realizado pela Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), que contou com o apoio do programa CHORA TCC da ARCGEO PROSPECT, integrou os resultados dos ensaios SPT e de cisalhamento direto para avaliar a influĂȘncia da umidade nos solos de Barreiras-BA. O ensaio SPT, comumente utilizado em campo, foi complementado pelos ensaios de resistĂȘncia ao cisalhamento realizados em laboratĂłrio para garantir uma visĂŁo mais completa da capacidade de suporte do solo.

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Durante a estação seca, os valores de NSPT foram mais elevados, indicando maior resistĂȘncia Ă  penetração do solo, e o Ăąngulo de atrito obtido nos ensaios de cisalhamento tambĂ©m foi maior. JĂĄ na estação chuvosa, o solo apresentou menor resistĂȘncia, com valores de NSPT mais baixos, enquanto o Ăąngulo de atrito e a coesĂŁo diminuĂ­ram significativamente nas amostras saturadas.

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O estudo apresentou uma importante correlação entre os valores de NSPT e o Ăąngulo de atrito, indicando que em condiçÔes de saturação, o solo perde parte de sua capacidade de suporte devido Ă  redução da resistĂȘncia ao cisalhamento. Essa relação foi expressa atravĂ©s de uma equação que integra o NSPT e o Ăąngulo de atrito, permitindo uma estimativa preliminar da resistĂȘncia ao cisalhamento diretamente a partir dos resultados do SPT em campo. Essa integração metodolĂłgica enriquece a precisĂŁo das anĂĄlises geotĂ©cnicas e proporciona dados mais confiĂĄveis para o planejamento de fundaçÔes.

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ConclusÔes

Ignorar a influĂȘncia da umidade em ensaios geotĂ©cnicos pode resultar em projetos de fundaçÔes inadequados, colocando em risco a segurança das edificaçÔes. Em regiĂ”es com variaçÔes sazonais marcantes, como Barreiras-BA, Ă© fundamental que os engenheiros geotĂ©cnicos considerem a umidade do solo como um fator crucial para a determinação da resistĂȘncia do solo.

 

Realizar ensaios SPT durante diferentes estaçÔes do ano é essencial para capturar as variaçÔes críticas na capacidade de suporte do solo. Isso garante que o projeto das fundaçÔes seja robusto e preparado para enfrentar as piores condiçÔes possíveis de umidade, reduzindo riscos e aumentando a durabilidade das estruturas.


O grĂĄfico a seguir destaca que os resultados do estudo de Teixeira, A. A. (2024) se alinham bem com as tendĂȘncias estabelecidas na literatura, com diferenças notĂĄveis para valores mais altos de NSPT.

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Na ARCGEO PROSPECT, apoiamos iniciativas acadĂȘmicas como o programa CHORA TCC, que patrocina projetos de pesquisa inovadores em geotĂ©cnica, contribuindo para o avanço do conhecimento tĂ©cnico e promovendo soluçÔes que atendam Ă s necessidades da engenharia moderna. O estudo de Afonso Alves Teixeira na UFOB Ă© um excelente exemplo de como a colaboração entre a academia e o setor privado pode resultar em avanços significativos na segurança e eficiĂȘncia dos projetos de engenharia.

 

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